O que são as emoções?

Emoções

Miguel Dantas e Christiano Vaz

3/4/20235 min read

O que são as emoções?

De acordo com o psicólogo William James, uma emoção é uma reação corporal e mental a um estímulo ou situação, geralmente acompanhada por mudanças fisiológicas, pensamentos e comportamentos. James argumentou que as emoções são experienciadas como uma resposta imediata à nossa interpretação de eventos, e não como uma reação aos eventos em si. Sua teoria sugere que as emoções são resultado de uma interação dinâmica entre nossos corpos e nossas percepções do mundo ao nosso redor.

Logo, uma emoção, do contrário do que a maioria pensa, surge da nossa interpretação dos fatos e não dos fatos em si. Isso traz mais poder a nós, que não precisamos estar sempre sujeitos aos acontecimentos à nossa volta sempre reagindo, mas temos a oportunidade de encarar e compreender as situações da vida para nos sentir melhor. Assim, está de acordo com as práticas propostas pelo CEB, aquelas que não independem dos estímulos externos.Inteligência cognitiva

As emoções possuem características únicas, que as diferenciam umas das outras. Algumas dessas características incluem sinais universais distintos, como expressões faciais e variações na voz, diferentes mudanças fisiológicas, como mudanças no batimento cardíaco e temperatura da pele, e diferentes mudanças psicológicas, como pensamentos, memórias e imagens. As emoções também ocorrem rapidamente, avaliadas automaticamente em questão de frações de segundo, e podem ser contagiosas.

Elas geralmente são públicas e podem ser de curta duração, tanto voluntárias quanto involuntárias. Cada emoção é acompanhada por experiências subjetivas distintas, como sensações, que podemos nos tornar conscientes. A emoção pode estar ligada a algo que é importante para a pessoa, seja algo real ou imaginário, e pode ocorrer sem a consciência de estarmos emocionados. Além disso, as emoções podem ser construtivas ou destrutivas, dependendo de como são usadas.

O letramento emocional é a base de todo o trabalho socioemocional dos estudantes. Afinal, se você não aprende o alfabeto não conseguirá construir palavras, nem frases, muito menos uma redação inteira. Logo, o primeiro passo, a todo momento revisitado, é o do estudo das emoções básicas universais. Existem SEIS emoções básicas segundo Paul Ekman: alegria, raiva, medo, tristeza, nojo e surpresa. Quando surgem, geram uma reação fisiológica e uma expressão facial característica.

Dessa forma, cada uma dessas emoções possui uma expressão facial e fisiológica característica que surgem em contextos particulares e podem ser expressas por meio de diversos comportamentos. A parte mais maleável de uma emoção é o comportamento expressivo e os pensamentos que interpretam a situação, uma vez que o processo emocional ocorre, todo o resto é muito mais fixo e estabelecido por natureza.

Logo ao acontecer uma situação que faz surgir uma emoção em um aluno, é quase impossível mudar o estado emocional dele, pois a partir do momento em que a emoção emerge, imediatamente um coquetel de neurotransmissores, específico daquela sentimento, entra em nossas veias e demora alguns minutos para se dissolver até que a emoção passe. O que nos resta é validar aquele sentimento e refletir sobre as formas de lidar com o que está acontecendo.

Período refratário

O momento em que somos tomados pela emoção chamamos de período refratário. É comum que mesmo depois que a situação já tenha passado, ainda sintamos a emoção em forma de ondas que ficam mais fracas ao passar do tempo. Vocês já tomaram algum susto e mesmo depois de descobrir que não era nada demais, ainda sentiam o coração batendo rápido? Esse é o período refratário, depois de você entender que o estímulo já passou, sua corrente sanguínea está tomada por uma grande quantidade de substâncias que causam essas reações fisiológicas como coração acelerado, tremores, calor. Daí surge a importância de esperar um tempo antes de agir quando surge uma emoção muito forte, pois estamos no meio de um sequestro emocional imposto pelo nosso próprio corpo e que alguns minutos depois vai ter desaparecido.

Esse período pode levar a uma percepção estreita e distorcida da realidade. Muitas vezes, acreditamos que não podemos incorporar informações que não se encaixam na nossa percepção atual, o que nos faz manter ou justificar a emoção que estamos sentindo. Isso pode levar ao desenvolvimento de expectativas e julgamentos que geralmente visam manter a emoção ao invés de diminuí-la. Quando a emoção é breve, ela pode nos ajudar a focar a atenção no problema e a guiar nossas ações. Porém, se durar por muito tempo, pode levar a comportamentos emocionais inadequados.

Portanto, nesse momento passamos a enxergar o mundo sobre a ótica daquela determinada emoção. Se estamos com raiva, interpretamos as situações como ofensivas e temos pensamentos que reforçam isso, sendo um tanto paranóicos. Se estamos tristes sentimos que nada dá certo e que o universo não está a nosso favor e que não somos bons o suficiente. Portanto, nesse momento muitas vezes é importante dar um tempo para emoção, senti-la, compreender suas causas, mas não reagir a ela de forma impulsiva e sim buscar um modo construtivo de expressar o que estamos sentindo e resolver esse desafio.

Fatores que aumentam o período refratário•

  • Falta de sono• Fome•

  • Cansaço•

  • Álcool (drogas em geral podem influenciar)•

  • Estresse•

  • Longo período de ressentimento•

  • Importar de uma situação da infância o script altamente carregado para acondição atual (traumas/hábitos emocionais)•

  • Alimentar pensamentos que reforçam a emoção

O que causa uma emoção?

Emoções são causadas por algo que a Psicologia chama de GATILHOS EMOCIONAIS, que acontecem quando algo desencadeia uma reação emocional intensa e imediata, relacionada a eventos ou situações passadas que tenham criado uma ligação emocional. Este gatilho pode ser uma palavra, um cheiro, uma memória, um pensamento, uma imagem que evoca emoções profundas e traz à tona pensamentos, sentimentos e comportamentos associados a uma experiência anterior.

Gatilhos podem ser inatos ou adquiridos. Entre os inatos, temos situações como perda repentina de equilíbrio (queda), objetos vindo rapidamente em nossa direção, répteis e perda de algo precioso. Já os gatilhos individuais estão relacionados a eventos específicos de nossa própria vida. Alguns gatilhos individuais podem ser formados ainda na infância e ficam registrados em nossa memória emocional, mesmo que não façam mais tanto sentido com o tempo. Outros gatilhos incluem: antecipação de um evento, memórias, imaginação, fala, instruções, violações de normas sociais, posturas emocionais e empatia.

Pessoas traumatizadas ou com algum transtorno geralmente têm gatilhos muito fortes que são difíceis de se conscientizar e evitar. O papel do psicólogo é identificar esses gatilhos para reações emocionais e pensar junto ao paciente estratégias para lidar com eles. Podemos relacionar isso com o ambiente escolar, caso algo cause certas emoções nos alunos, como uma prova que gera ansiedade, podemos identificar esses gatilhos e junto da turma pensar em formas de lidar com a ansiedade que surge antes de uma prova.